Entre de 10% a 30% das pessoas com depressão não apresentam melhora depois do início do tratamento com remédios. Essas pessoas têm a chamada depressão resistente ao tratamento, que é quando o paciente, mesmo após o uso de dois tipos diferentes de antidepressivo por um período determinado, não apresenta melhora.
As causas para que em algumas pessoas esses medicamentos não façam efeito ainda não são totalmente conhecidas. Uma das explicações é que cada organismo reage de uma forma aos medicamentos (em como o antidepressivo chega ao cérebro de cada pessoa, a velocidade em que ele é metabolizado etc). Outras doenças, como distúrbios da tireoide, dores crônicas e transtorno bipolar, também podem comprometer o resultado do tratamento.
Apesar da depressão resistente ser um pouco mais difícil de ser tratada, existem ferramentas para auxiliar. São os testes farmacogenéticos que analisam o DNA e verificam o remédio mais adequado; a estimulação magnética transcraniana (EMT), técnica não invasiva que estimula o cérebro com ondas magnéticas; e a eletroconvulsoterapia (ECT), que, através de uma baixa corrente elétrica, induz à convulsão e, assim, provoca alterações químicas no cérebro, mas que é muito estigmatizada no Brasil.
Há também uma nova alternativa de tratamento para quem tem depressão resistente que deve chegar em breve ao Brasil: o spray nasal de escetamina, substância derivada do anestésico cetamina, que age sobre o glutamato, molécula da rede neural, estimulando áreas do cérebro ligadas às emoções.
Seja lá qual a forma de depressão que você ou alguém que você conheça tenha, o acompanhamento profissional é imprescindível para o tratamento adequado. Procure um médico.